Prezados amigos e amigas que dedicaram um pouco do seu tão precioso tempo para ler o blog, meu muito obrigado!!! Vocês não dimensionam a força que estão me dando pra que eu possa seguir em frente!!! Antes do texto "Mulher, futebol, cerveja e Rede Globo", gostaria de falar sobre a frequência com que pretendo publicar. Por mim, "postava" todos os dias (espero em breve chegar a esse ritmo!), mas minhas outras atividades (além de ser professor, pesquisador e agora também escritor, sou marido e pai dedicado) também requerem minha atenção. Nessa fase inicial do blog é minha meta publicar pelo menos um texto por semana.
Vamos lá, então! Fiquem com o texto que preparei (na verdade estou preparando, hoje vai a 1ª parte) pra gente refletir sobre o discurso midiático com relação à mulher. Abraços e até breve!
Mulher, futebol, cerveja e Rede Globo
Antes de ser um dia de comemoração, acredito que o Dia Internacional da Mulher serve muito mais pra gente refletir sobre a condição feminina na nossa sociedade. Apesar dos avanços, ainda vivemos numa sociedade androcêntrica, ou seja, centrada no gênero masculino. Aproveito a data de hoje para postar o primeiro artigo da página Média Mídia, que traz algumas considerações sobre a representação feminina veiculada pelos meios de comunicação de massa.
Na primeira parte do texto, com o apoio da filósofa e educadora Maria Lúcia Aranha, procuro esclarecer alguns pressupostos antropológicos ligados à idéia de mulher e feminilidade. Em seguida, aponto dois casos em que a mídia reforça estereótipos, estigmatizando o universo feminino. Concluo, apontando algumas possibilidades para a superação dessa que uma das relações mais antigas de submissão: a da mulher pelo homem.
Segundo Aranha (2006), cada sociedade estabelece seus padrões do que é “ser mulher”, definindo sua representação da feminilidade. Ora, certos conceitos quando considerados abstratamente, sem a devida consideração dos determinantes temporais e espaciais, revelam um caráter ideológico, como acontece com os conceitos de mulher e feminilidade, por exemplo. Não há, portanto, uma “mulher em si”, com características universais e abstratas independentes da estrutura social e econômica na qual está inserida. O que há, na verdade, é “uma ‘construção’ social da mulher, que varia de acordo com a expectativa de cada sociedade a respeito dos pápeis que a mulher deve desempenhar.” (Aranha, 2006, p. 137)
Até certo ponto esses modelos são “importantes para o funcionamento da sociedade, para a educação das crianças a partir da imitação e que definem o comportamento desejável de seus membros em cada comunidade” (Idem, 2006, p. 137). No entanto, qual modelo de feminilidade tem prevalecido? Para Aranha, “durante milênios impôs-se um modelo que, embora comportando algumas variações, conserva intacta a subordinação ao homem, mantendo assimétrica sua relação com ele.” (Idem, 2006, p. 137)
Alguns estereótipos se cristalizam, fixando para a mulher características consideradas “naturais”. Intuição, delicadeza, sensibilidade, altruísmo, amor incondicional, “instinto materno”, seriam atributos tipicamente femininos. Os meios de comunicação de massa reproduzem esses estigmas através de diversos agentes: telenovelas, filmes, propaganda, jornais e revistas de grande circulação, internet.
Confirmarei isso na 2ª parte do texto (espero que seja o mais breve possível), narrando dois exemplos (um deles, inclusive, me instigou a escrever o presente artigo): uma série de reportagens veiculadas essa semana pelo Bom Dia Brasil, telejornal matutino da Rede Globo, em “homenagem” à mulher, e a representação do papel social da mulher que a propaganda da indústria de cerveja sugere. Aguardem!!!
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