Literatura


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A página "Literatura" (ao lado de "Histórias em Quadrinhos" e "Cinema") faz parte do conjunto de três expressões artísticas que combinam palavras e imagens. Consideramos as linguagens fundamentais para a formação humana integral e, em espacial, para quem a sociedade confia a formação das subjetividades: as/os docentes.

Não é nossa intenção oferecer reflexões e estudos pormenorizados sobre os códigos e suas regras de uso e combinações semântico-discursivas, e nem apresentar dados inéditos ou informações que já não sejam de domínio de quem se interessa pela história e pela relevância sócio-político-cultural das linguagens, mas apenas reunir elementos que possam contribuir com a formação básica de quem deseja ler e escrever sobre o mundo, as outros pessoas e si próprio através das áreas do conhecimento e da sensibilidade humanas.   

A página está dividida em três seções: 

HISTÓRIA DA LITERATURA

A LINGUAGEM LITERÁRIA

AUTORXS


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HISTÓRIA DA LITERATURA

A tragédia grega

Em relação à gênese a cerca das raízes da tragédia, existe um certo consenso de que estaria ligada aos ditirambos, isto é, aos cantos e danças fervorosas em honra ao deus Dionísio, constituído de uma parte narrativa e de outra propriamente coral. A tragédia, enquanto gênero literário, está atrelada pela sua origem ao caráter religioso grego. No contexto estrutural faz-se necessário pontuar, a respeito do herói trágico enquanto personagem principal de uma tragédia, que ele é, consciente ou não, aquele que de certo modo transgride o poder superior do elemento objetivo, quer sejam as leis dos homens, dos deuses, e, por fim, as imposições do destino. Na Poética de Aristóteles, esse herói trágico é descrito como nobre, de princípios elevados, forte e que se vê vítima das alterações implacáveis e impostas pelo destino, pois a tragédia revela-se na inexorabilidade deste. Outro aspecto a considerar é o coro, pois este guarda em si duas possibilidades: a primeira refere-se ao personagem e a segunda alude à função estrutural de aproximar o espectador da representação trágica.

Aristóteles define e descreve a tragédia como a imitação de uma ação completa e elevada, na qual o que importa é ação que se desenvolve por meio dos personagens. Ações de “caráter elevado”, manifestada na conduta do herói, deve se constituir de um início, meio e fim, portanto, completa, e ainda apresentar um desfecho trágico, ou como dizia Goethe: “uma oposição irreconciliável”. Deste modo, a função de uma boa tragédia é provocar no espectador piedade e terror e, por meio destes, a purificação dos sentimentos, isto é, a catarse como efeito principal da mesma. O que nos permite supor ser este o motivo do interesse dos humanos pelo sofrimento representado nos espetáculos dramáticos.

A tragédia grega é a voz que ecoa, tematiza e, de certo modo, desafia o destino. Ela é a forma que o tragediógrafo escolhe para contar a história e a vida de seu povo e na qual ele mesmo se vê representado com seus conflitos e contradições. Não se limita em obras destinadas simplesmente à contemplação dos espectadores, mas visa à descrição do homem trágico: “O espetáculo, a leitura, a representação e o estabelecimento de uma tradição literária abrangem a produção de uma consciência trágica, o advento de um homem trágico” (MARTINS, 2003, p. 21).

SANTOS, Vagner Souza. A dimensão formativa da tragédia  grega: Sófocles. Filosofando: Revista de Filosofia da UESB.

A LINGUAGEM LITERÁRIA

Texto não literário, texto literário

A fala ou discurso é, no uso cotidiano, um instrumento da informação e da ação e não exige, no mais das vezes, atitude interpretativa. A significação das palavras, nesse caso, tem por base o jogo de relações configuradoras do idioma que falamos.  

A fala comum se caracteriza pela transparência. O mesmo não acontece com o discurso literário. Este se encontra a serviço da criação artística. O texto da literatura é um objeto de linguagem ao qual se associa uma representação de realidades físicas, sociais e emocionais mediatizadas pelas palavras da língua na configuração de um objeto estético.  O texto repercute em nós na medida em que revele emoções profundas, coincidentes com as que em nós se abriguem como seres sociais. O artista da palavra, copartícipe da nossa humanidade, incorpora elementos dessa dimensão que nos são culturalmente comuns. Nosso entendimento do que nele se comunica passa a ser proporcional ao nosso repertório cultural, enquanto receptores e usuários de um saber comum.

Literatura: conceitos

O conceito de literatura não é matéria pacífica entre os estudiosos que a ela se dedicam. Mesmo assim, duas concepções se destacam no âmbito da cultura ocidental: há os que entendem que a obra literária envolve uma representação e uma visão do mundo, além de uma tomada de posição diante dele. Tal posicionamento centraliza, assim, suas atenções no criador de literatura e na imitação da natureza, compreendida como cópia ou reprodução. É a chamada concepção clássica da literatura.

No século XIX, os românticos acrescentam algo a esse conceito: à luz da ideologia que os norteia, entendem que ao artista cabe a visão das coisas como ainda não foram vistas e como são profundas e autenticamente em si mesmas.

A segunda metade da mesma centúria assiste a uma mudança significativa: o núcleo da conceituação se desloca para o como a literatura se realiza. Sua especificidade, segundo essa nova visão, nasce do uso da linguagem que nela se configura.

É consenso, na atualidade, que os aspectos estéticos da obra literária podem ser alcançados através do texto e que todos eles têm uma base linguística (sintática, semântica ou estrutural).

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