SOBRE

(Foto: Free-Photos - Pixabay)

Em sua primeira fase (2012-2014), o Cabeça Bemfeita funcionou como espaço de reflexão sobre as áreas que eu considerava (e ainda considero) imprescindíveis para a atividade docente: Filosofia, Arte, Ciência, Comunicação e Tecnologia.

Entre 2015 e 2018, praticamente encerramos nossas atividades, com apenas uma publicação em todo esse tempo, mas em 2019, o Cabeça renasceu, mas com uma mudança importante. Manteremos o princípio básico da "cabeça bem-feita", postura epistemológica defendida por Michel Montaigne no início da modernidade e retomada por pensadores contemporâneos, como Edgar Morin. Segundo essa perspectiva, é preferível pensar bem, ter critérios epistemológicos para pensar de forma rigorosa e autônoma (“cabeça bem-feita”), do que acumular, acriticamente, informações e conhecimentos ("cabeça bem-cheia").  

O blog agora é um espaço voltado para  “arte da palavra”, quer manifestada sozinha (literatura) ou acompanhada por imagens, paradas (histórias em quadrinhos) ou em movimento (cinema). 

O novo Cabeça Bemfeita está estruturado em quatro páginas: esta, de apresentação, e uma para cada uma das três expressões objetos de nossas investigações: LITERATURA, HISTÓRIAS EM QUADRINHOS e CINEMA).

Por sua vez, cada página está estruturada em três partes: uma primeira, onde abordaremos um pouco da história da linguagem, uma segunda, onde os elementos constituintes das linguagens são apresentados, e uma terceira e última parte, onde apresentamos autoras e obras da linguagem em questão.

Lembro que esse é um espaço de formação continuada, concebido, escrito e editado por um professor, e não um profissional das respectivas áreas. Por isso mesmo, não esperem encontrar por aqui densas e complexas teses, ou mesmo informações e conhecimentos novos sobre literatura, quadrinhos e cinema. 

As informações por aqui compartilhadas são facilmente encontradas em sites ou livros introdutórios sobre os temas. A única diferença é que procurarei reunir neste espaço as informações e conhecimentos que são relevantes para minha formação estética e para meu trabalho como educador. 


Espero que a iniciativa possa contribuir com a formação/fruição de educadoras/res que aceitem comigo dialogar.  
  


Zebé Neto

Professor, pesquisador, escritor e coordenador pedagógico do PETECA


*** 

(Observação: O texto abaixo, de apresentação do blog na sua primeira fase, foi mantido por uma questão de memória e reflexões futuras sobre meus processos de formação continuada.)


TEXTO DE APRESENTAÇÃO DO CABEÇA BEMFEITA (Primeira fase: 2012-2014)



Em fevereiro de 2012 surgia o cabeça Bemfeita. De início, um espaço de diálogo e reflexão sobre educação e áreas do conhecimento que, direta ou indiretamente, incidem sobre a prática educativa. Hoje, como consequência do meu aprofundamento teórico, além de continuar sendo um espaço crítico-reflexivo, o blog cada vez mais se afirma como espaço alternativo de formação continuada e profissionalização docente.

"Espaço alternativo", pois as políticas públicas e iniciativas privadas de formação continuada, quando existem, obedecem à mesma lógica do ensino e aprendizagem praticados na educação básica e nos cursos de formação superior, qual seja, baseada na transmissão dos conteúdos de forma ametódica, assistemática, fragmentada, descontextualizada

Vítima da formação descurada que compromete a qualidade do trabalhado da maioria dos professores, eu, Zebé Neto, até o surgimento do Cabeça apenas um medíocre (no sentido de “mediano” e não pejorativamente falando) professor de filosofia na rede privada, e, hoje, impulsionado pela experiência literária proporcionada pelo blog, cada vez mais assumindo a identidade de filósofo (aquele que se espanta com a existência, a ignora e busca compreendê-la) e escritor (aquele que está buscando “escrever” a própria história), resolvi investir na minha autoformação constante como forma de superar minha condição histórica herdada, de exclusão e alienação.

Se quase dez anos de trabalho fragmentado, descontextualizado, assistemático, ametódico e fundado no senso comum (características de uma atividade alienada) contribuíram para abafar qualquer germe de vocação literária que em mim havia, o Cabeça, em seu primeiro ano de vida, despertou o escritor que em mim dormia.

Edgar Morin: mais vale uma "cabeça  bem-feita"
do que "bem cheia".
Fiel ao ideário da “cabeça bem-feita” em detrimento da “cabeça bem cheia” (levantado por Montaigne no início da era moderna e retomada em nosso século por pensadores como Edgar Morin), que propõe que, antes de enchermos nossas cabeças, acumulando e empilhando saberes acriticamente, revelando um enciclopedismo estéril, faz-se necessário que tenhamos uma “cabeça bem-feita”, ou seja, que construamos princípios e critérios de seleção e organização das informações e conhecimentos, dando sentido aos saberes. 


O objetivo principal do blog Cabeça Bemfeita é ser um instrumento de formação intelectual, estética e afetiva do seu idealizador, o filósofo, "e-escritor" (não existe o e-book? Portanto, existe o e-escritor!) e professor de filosofia pernambucano, Zebé Neto, e quem mais aceitar o convite para um diálogo crítico, criativo e reflexivo.

FUNCIONAMENTO

Se no primeiro ano havia várias páginas para discutir cada um dos eixos temáticos de interesse do blog (filosofia, arte, ciência, tecnologia e comunicação), além de uma página específica para formação continuada e outra onde eu propunha discutir com vocês sobre obras de arte clássicas, dentro das linguagens do cinema, quadrinhos, literatura e música (página essa que não cheguei a movimentar devido a absoluta falta de tempo!), agora, em sua versão 2013, o Cabeça está mais enxuto, contando com quatro páginas (na verdade cinco, se incluirmos a página SOBRE, cujo objetivo é apresentar o blog): FILOSOFANDO, (Cons)CIÊNCIA & TECNOLOGIA, GALERIA DE PENSADORES e CLÁSSICOS DA VEZ. (Observação: as páginas mencionadas aparecerão paulatinamente dentro da série de postagens que compõem o texto Paideia a Caio e Ravi)

As postagens sempre trarão uma reflexão sobre problemas atuais, ou mesmo relatos de minhas experiências. Como a escrita exige pesquisa e estudo, gerando, claro, um acervo de informações e conhecimentos, e como também é objetivo do blog compartilhar informações, disponibilizarei nas páginas do blog os conceitos utilizados para compreender melhor os fenômenos abordados. 

Os eixos temáticos de interesse do blog são: filosofia, arte, ciência, tecnologia e comunicação. Elegi tais áreas como eixos por considerá-las fundamentais, não só para o exercício da cidadania, mas também para quem é profissional da educação (como é o meu caso). 

Na página FILOSOFAR (aprofundaremos os conceitos e problemas ligados à filosofia, à arte e à comunicação. Já os conceitos de ciência e tecnologia, articulados a uma consideração ética dos mesmos, serão compartilhados na página (Cons)CIÊNCIA & TECNOLOGIA.

Por sua vez, na página CLÁSSICOS DA VEZ, irei compartilhar com vocês minhas impressões e opiniões sobre algumas obras e autores considerados paradigmáticos pela crítica especializada, dentro das linguagens artísticas que mais me proporcionam experiência estética: música, cinema, quadrinhos e literatura. Como o objetivo do Cabeça é ser um espaço alternativo de formação e profissionalização docente e como, na minha opinião, um bom professor deve ter uma bagagem cultural considerável, a página CLÁSSICOS DA VEZ funcionará como um espaço de letramento nas linguagens artísticas que me interessam mais de perto. A cada mês, portanto, trarei minhas considerações sobre a(s) obra(s) a(s) qual (quais) estarei me dedicando. 

Se você é professor/professora e se acompanhou o Cabeça no seu primeiro ano de vida, deve estar sentido falta da página FORMAÇÃO (DES)CONTÍNUA, cuja proposta era compartilhar textos referentes à educação. Pois bem, não se preocupem! A página vai continuar, mas não mais aqui no Cabeça. Breve, ela reaparecerá no mais novo portal de educação de Pernambuco: o P.E.TEC.A. Aguardem! 

Como a crítica e a reflexão não são feitas exclusivamente através do texto verbal, aqui, no Cabeça, a discussão também será levantada a partir do som e da imagem. Para isso, além das páginas, temos a CABEÇA BEMFEITA TV e a RÁDIO CABEÇA, cujos objetivos são, respectivamente, trazer vídeos que se relacionem com as problemáticas discutidas nas postagens e compartilhar com vocês os sons que fazem minha cabeça, tendo eles relação ou não com as postagens.


Por último, e não menos importante: a periodicidade das postagens. Quem acompanhou o blog em seu primeiro ano, viu como foi difícil para mim manter uma regularidade entre os intervalos dos textos, pois, como a maioria dos trabalhadores, não disponho de ócio criativo para me dedicar, como gostaria, a produção intelectual e artística. Depois de muito refletir, cheguei a conclusão de que não preciso manter intervalos rígidos, regulares, constantes. Na verdade, essa necessidade que sentia de manter um ritmo constante, era fruto do ideário fordista-taylorista ao qual nossos corpos e mentes estão condicionados. A partir de agora, portanto, as postagens obedecerão ao tempo subjetivo da criação, e não ao ritmo objetivo do tempo cronológico. Como no momento a experiência com o Cabeça é a atividade que tem me trazido mais prazer, pretendo não demorar muito entre uma postagem e outra.  

É isso! Espero que o blog possa contribuir com quem quiser "bem fazer" suas cabeças, ou seja, dispor de uma aptidão geral para colocar e resolver problemas e, ao mesmo tempo, possuir "princípios organizadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido" (Morin, 2011), assim como eu venho fazendo a minha!

Muito obrigado, amigo e amiga parceiros do Cabeça. Fiquem à vontade para expressar comentários, críticas, sugestões, dúvidas. Não esqueçam, o blog é uma comunidade aprendente, fundamentada no diálogo crítico, criativo e reflexivo!

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