Prezado leitor, prezada leitora, antes de retomar o texto citado na ultima postagem , o do Parecer nº 5/2011, do Conselho Nacional de Educação (CNE) e da Câmara de Educação Básica (CEB), permitam-me compartilhar com vocês a impressão que tive da primeira Assembleia Geral dos professores da Rede Privada, campanha 2012, realizada ontem, dia 19, na sede do Sindicato dos Professores de Pernambuco (SINPRO).
Parecia que eu estava tendo um déjà vu. Desde quando acompanho as assembleias, há uns cinco, seis anos, não mudou muita coisa: forma-se uma comissão de negociação (da qual inclusive participei em duas oportunidades) que leva alguns pontos para serem apresentados aos patrões, esses, por sua vez, além de ignorar as reivindicações ameaçam cortar direitos conquistados, a comissão volta para a categoria nas Assembleias Gerais, mostra o descaso da classe patronal, em seguida a conjuntura macromicroeconômica é apresentada, ouvimos algumas vozes contrárias à situação de degradação do trabalho docente, alguns aplaudem, outros vaiam. Final da campanha: ou aceitamos um aumento real (não seria ilusório?) de 1 ou 2% ou rejeitamos o acordo, irrompendo um movimento paredista. Saldo: alguns professores demitidos. E assim, segue o ciclo de humilhação, degradação e aviltameno do professor.
Não nos iludamos: enquanto categoria, nossa força é muito limitada. Aliás, o próprio conceito clássico de “categoria” está sendo revisto nas atuais relações de trabalho, fundamentalmente individualizadas e consubstanciadas nas capacidades e competências individuais.
Com a chamada revolução tecnológica, o mundo vem mudando vertiginosamente. A maioria dos patrões, “espertos” que são, já “sacaram” essas mudanças e as utilizam para continuar lucrando. E tome mais-valia pra cima!
Já nós, professores, carentes de uma fundamentação teórica mais consistente sobre estratégias de luta em sintonia com o mundo atual, nos abraçamos a modelos de luta eficientes entre o século XIX e final do XX, mas insuficientes para enfrentarmos os desafios colocados pela era da informação, da comunicação e do conhecimento.
Precisamos urgentemente rever nossas identidades se realmente desejamos romper com o ciclo de alienação e insatisfação que, infelizmente, vejo estampada na face da maioria dos que se dedicam a ensinar.
Eu estou revendo a minha. Não quero passar dez, vinte, trinta anos da minha vida reproduzindo um trabalho sem sentido, nem para as crianças e adolescentes que fingimos formar (não me venham dizer que a maioria de nós trabalha numa perspectiva de educação cidadã, pois, nesse meu tempo de educação constatei que a maioria de nós ajuda a reproduzir o sistema, ainda que inconscientemente, claro), nem para mim mesmo.
No último texto publicado mencionei os atributos que, segundo o I Plano Nacional de Educação, o professor que atualmente exerce o magistério tem que possuir. Reproduzo abaixo sete pontos e em seguida lanço sete provocações com base neles, para que possamos refletir se já somos professores do século XXI ou “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”, como já dizia Belchior. Ou seja, já mergulhamos nas novas (“novas” com já 20, 30 anos) perspectivas pedagógicas ou ainda estamos presos aos paradigmas tradicionais?
Não nos iludamos: enquanto categoria, nossa força é muito limitada. Aliás, o próprio conceito clássico de “categoria” está sendo revisto nas atuais relações de trabalho, fundamentalmente individualizadas e consubstanciadas nas capacidades e competências individuais.
Com a chamada revolução tecnológica, o mundo vem mudando vertiginosamente. A maioria dos patrões, “espertos” que são, já “sacaram” essas mudanças e as utilizam para continuar lucrando. E tome mais-valia pra cima!
Já nós, professores, carentes de uma fundamentação teórica mais consistente sobre estratégias de luta em sintonia com o mundo atual, nos abraçamos a modelos de luta eficientes entre o século XIX e final do XX, mas insuficientes para enfrentarmos os desafios colocados pela era da informação, da comunicação e do conhecimento.
Precisamos urgentemente rever nossas identidades se realmente desejamos romper com o ciclo de alienação e insatisfação que, infelizmente, vejo estampada na face da maioria dos que se dedicam a ensinar.
Eu estou revendo a minha. Não quero passar dez, vinte, trinta anos da minha vida reproduzindo um trabalho sem sentido, nem para as crianças e adolescentes que fingimos formar (não me venham dizer que a maioria de nós trabalha numa perspectiva de educação cidadã, pois, nesse meu tempo de educação constatei que a maioria de nós ajuda a reproduzir o sistema, ainda que inconscientemente, claro), nem para mim mesmo.
No último texto publicado mencionei os atributos que, segundo o I Plano Nacional de Educação, o professor que atualmente exerce o magistério tem que possuir. Reproduzo abaixo sete pontos e em seguida lanço sete provocações com base neles, para que possamos refletir se já somos professores do século XXI ou “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”, como já dizia Belchior. Ou seja, já mergulhamos nas novas (“novas” com já 20, 30 anos) perspectivas pedagógicas ou ainda estamos presos aos paradigmas tradicionais?
Qualidades do professor (I Plano Nacional de Educação):
I - sólida formação teórica nos conteúdos específicos a serem ensinados na Educação Básica, bem como nos conteúdos especificamente pedagógicos;
II – ampla formação cultural;
V – pesquisa como princípio formativo;
VI – domínio das novas tecnologias de comunicação e da informação e capacidade para integrá-las à prática do magistério;
VII – análise dos temas atuais da sociedade, da cultura e da economia;
IX – trabalho coletivo interdisciplinar;
XII – conhecimento e aplicação das Diretrizes Curriculares Nacionais dos níveis e modalidades da Educação Básica.
Provocações:
I – Quem de nós tem uma “sólida formação teórica nos conteúdos específicos a serem ensinados na Educação Básica, bem como nos conteúdos especificamente pedagógicos”. Como podemos ter uma “sólida” formação se nossas universidades padecem do mesmo mal da Educação Básica: ensino tradicional, fragmentado e descontextualizado? Quem de nós adquiriu adequadamente os “conteúdos especificamente pedagógicos”, tais como didática geral e específica de cada área, história da educação, filosofia da educação, perspectivas pedagógicas contemporâneas, legislação pedagógicas, entre outros, nos seus cursos de formação?
II - Quem de nós tem “ampla formação cultural”, ou seja, quem de nós possui, ainda que de forma básica, conhecimentos científicos, artísticos e filosóficos? Se não dominamos nem nossas áreas do conhecimento, como ter uma formação cultural geral?
V - Quem de nós, mesmo sem vínculo com instituições de pesquisa, tem a “pesquisa como princípio formativo”?
VI – Quem de nós domina as novas tecnologias de comunicação e da informação e as integra às suas práticas? De que forma isso é feito?
VII – Quem de nós se dedica a “análise dos temas atuais da sociedade, da cultura e da economia”?
IX – Quem realiza um “trabalho coletivo interdisciplinar”;
XII – Quem de nós conhece e traz para o seu trabalho as contribuições das Diretrizes Curriculares Nacionais?
É isso aí, pessoal, façamos nossas reflexões.
***
Fiquem com a música "Vida de operário", com a Patife Band, banda do músico Paulo Barnabé, irmão de Arrigo Barnabé, músico ligado a vanguarda paulista e autor do clássico disco "Clara Crocodilo". Um pouquinho de arte para ampliarmos nossas referências culturais!
Alguma relação com a "vida de professor"? Tirem suas conclusões!
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Fiquem com a música "Vida de operário", com a Patife Band, banda do músico Paulo Barnabé, irmão de Arrigo Barnabé, músico ligado a vanguarda paulista e autor do clássico disco "Clara Crocodilo". Um pouquinho de arte para ampliarmos nossas referências culturais!
Alguma relação com a "vida de professor"? Tirem suas conclusões!
Zebé Neto
filósofo, escritor e educador
filósofo, escritor e educador