15 de novembro de 1889. Há 124 anos o
Brasil, diz a historiografia oficial, passava a ser uma República. 29 de
fevereiro de 2012. Há um ano, nove meses e vinte e três dias, eu, Zebé Neto, passava
a investir de forma mais intensa na minha formação continuada. Não sei se do
final do século XIX pra cá o Brasil mudou sua identidade (ou melhor, sei: não mudou
muita coisa, pois tanto naquela época, quanto hoje, o destino da nação é
decidido por reacomodações entre os grupos dominantes), mas eu, desde a
primeira publicação do Cabeça Bemfeita, mudei consideravelmente a minha.
Desde o dia 12 de julho não publiquei mais
nada por aqui. Várias foram as razões para esse hiato tão grande, mas o principal
motivo é o fato de que, apesar de estar tentando superar minha condição
existencial, meu cotidiano ainda revela a situação concreta que herdei, de
alienação e privação material.
Foi justamente para superar essa realidade
que resolvi criar um espaço onde pudesse investir no meu autoaprendizado, talvez uma das únicas
possibilidades para quem não pertence às classes privilegiadas obter sua
emancipação. Por isso mesmo, não podia abandonar o Cabeça, iniciativa
responsável pelo meu amadurecimento intelectual, afetivo, moral e político.
Apesar da irregularidade das publicações
(pela razão acima apresentada), o blog continua com seu objetivo inicial de ser
um espaço de discussão, reflexão e crítica sobre temas que interessam a esse
que vos escreve. Filosofia, arte, ciência e tecnologia continuarão com seus
espaços garantidos por aqui. Nas próximas postagens, as páginas FILOSOFAR,
AISTHESIS e (Cons)CIÊNCIA & TECNOLOGIA retornam reformuladas.
Por enquanto, na Cabeça Bemfeita TV, fiquem com uma edição especial do programa "De lá pra cá" sobre os 120 anos da Proclamação da República, exibido pela TV Brasil, em 2009, e, na Rádio Cabeça, algumas canções da banda curitibana Relespública, só pra manter a relação com o dia de hoje.
É isso, prezada leitora, prezado leitor,
enquanto o Brasil permanece uma timocracia (sistema de governo em que preponderam os ricos), vou tentando me libertar das
condições adversas que ainda impedem meu desenvolvimento integral.
Continuo acreditando que a emancipação
humana só virá se cada um de nós fizer sua própria revolução pessoal. Para que
isso aconteça é necessário que assumamos a condução de nossa própria formação. Nesse
sentido, espero que o Cabeça continue me ajudando a proclamar, diariamente,
minha liberdade.