No último domingo, 02 de setembro, fui vítima da minha
limitação digital. Abri o blog e antes de começar a escrever a postagem
dominical estava dando uma mexidinha aqui, organizando alguma coisa ali, quando
de repente fiquei sem várias funções de edição do blog, entre elas postar vídeos,
links, nem mesmo formatar os textos. Na segunda-feira, inclusive, cheguei a publicar um informe
explicando o ocorrido.
Vocês não sabem o desespero que tomou
conta de mim! Como já falei por aqui no blog, sou autodidata (obviamente que tenho diploma, mas o que aprendi não veio de nenhum professor, mas do meu próprio esforço!), não só no que se
refere à educação formal, como também à cultura digital. Até fevereiro do
presente ano, este que vos escreve apenas utilizava a internet para enviar e
receber emails (às vezes), ouvir, assistir e baixar músicas e vídeos. Foi aí
que, dentro do meu processo de formação continuada, percebi o potencial crítico,
criativo e pedagógico das tecnologias da informação e da comunicação.
Na verdade, sempre soube da importância
da tecnologia no mundo contemporâneo, mas, devido ao meu analfabetismo digital,
por sua vez fruto do meu analfabetismo funcional (é prezado leitor, prezada
leitora, apesar de hoje em dia eu ter uma certa competência para ler e
escrever, fui, até bem pouco tempo, vítima da péssima qualidade da educação
brasileira que exclui seis de cada dez brasileiros da cidadania efetiva, pois
não sabem ler e compreender textos mais elaborados), nunca me preocupei em dominar a linguagem da internet.
Passei a investir,
então, na minha alfabetização digital, na verdade, um corolário (caso algum dos
seis brasileiros em cada grupo de dez que não sabe ler adequadamente tiver
acesso ao presente texto, corolário é a consequência de uma verdade já estabelecida, ou seja, uma consequência necessária de uma
proposição já demonstrada) do investimento que venho fazendo nos
últimos dois anos para aprimorar minhas competências leitora e escritora. Depois de
fazer um verdadeiro intensivo, hoje escrevo e edito o blog Cabeça Bemfeita e
tenho até perfil no facebook!
Eis que domingo último um incidente me
fez ver o quanto nossa limitação com relação ao domínio dos diferentes códigos
(seja a língua materna, a linguagem da internet, ou mesmo o inglês, língua universal dissiminada pelo mundo através dos países hegemônicos do capitalismo, Inglaterra nos séculos XVIII e XIX, EUA, no XX) pode prejudicar nossos projetos. Simplesmente havia
apertado, sem querer, claro, um comando que permite ao usuário do blog editar
textos e diagramar sem se limitar as possibilidades sugeridas pelo programa. Só
que, quando tal recurso foi acionado, várias outras funções que paulatinamente
foram por mim dominadas, ficaram inacessíveis.
Tal fato, além de mais uma vez pôr à
prova as competências reflexivas que venho construindo, uma vez que precisava
avaliar a situação, identificar o problema e solucioná-lo, serviu também para
fornecer o tema da postagem de hoje: a importância das tecnologias da
informação e da comunicação no trabalho pedagógico.
Melhor do que ninguém, nós, professores e professoras, sabemos o quanto a tecnologia está presente no cotidiano dos nossos/nossas estudantes. Jogos eletrônicos, redes sociais, celulares, ou mesmo mídias mais tradicionais, como o cinema e a televisão, disputam corações e mentes da chamada Geração Z com nossas disciplinas, atividades de sala e casa, avaliações e métodos didáticos caros à sociedade industrial, mas incompatíveis com as exigências da chamada era da informação, da comunicação e do conhecimento, fundamentada, justamente, pelas tecnologias da informação.
Bem, tal “competição”, entre saberes escolares (educação formal) e saberes da vida (educação informal), não se sustenta em uma escola reflexiva, pois, como sua práxis é intencional, sabe que toda teoria (disciplinas) nasce da prática social, ou seja, da vida, já que as leis e conceitos científicos são fruto da observação, problematização e construção de esquemas explicativos sobre a realidade natural e cultural.
Acredito que o s professores e as escolas deveriam se apoderar criticamente da linguagem que os/as estudantes fazem uso para levá-los/las à uma reflexão crítica sobre que ferramentas são essas que esses jovens têm acesso cada vez mais cedo, a quais interesses servem, quais suas finalidades, quando e como devemos utilizá-las, superando, assim, os preconceitos e o discurso do senso comum.
Melhor do que ninguém, nós, professores e professoras, sabemos o quanto a tecnologia está presente no cotidiano dos nossos/nossas estudantes. Jogos eletrônicos, redes sociais, celulares, ou mesmo mídias mais tradicionais, como o cinema e a televisão, disputam corações e mentes da chamada Geração Z com nossas disciplinas, atividades de sala e casa, avaliações e métodos didáticos caros à sociedade industrial, mas incompatíveis com as exigências da chamada era da informação, da comunicação e do conhecimento, fundamentada, justamente, pelas tecnologias da informação.
Segundo Maria Lúcia de Arruda Aranha, “desde
o final da década de 1960 e de modo acelerado na década seguinte, a revolução
da tecnologia da informação, pela disseminação do uso de computadores e das
facilidades de comunicação processadas pelas infovias, tais como a World Wide Web (literalmente, ‘teia do
tamanho do mundo), inaugurou um mundo novo da chamada sociedade da informação, caracterizada pela valorização dos
produtos de informação.” (ARANHA, Maria Lúcia de Arruda,.Filosofia da educação. 3 ed. rev. e ampl. São Paulo, Moderna, 2009, p. 66)
Como não poderia deixar de ser, a educação sentiu o impacto de tais mudanças, pois o acelerado desenvolvimento científico e tecnológico impôs "à escola um novo posicionamento de vivência e convivência com os conhecimentos capaz de acompanhar sua produção acelerada.” (Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio). As tecnologias da informação e comunicação vêm promovendo alterações “no comportamento das pessoas e essas mudanças devem ser incorporadas e processadas pela escola para evitar uma nova forma de exclusão, a digital.” (Ibidem)
Como não poderia deixar de ser, a educação sentiu o impacto de tais mudanças, pois o acelerado desenvolvimento científico e tecnológico impôs "à escola um novo posicionamento de vivência e convivência com os conhecimentos capaz de acompanhar sua produção acelerada.” (Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio). As tecnologias da informação e comunicação vêm promovendo alterações “no comportamento das pessoas e essas mudanças devem ser incorporadas e processadas pela escola para evitar uma nova forma de exclusão, a digital.” (Ibidem)
O professor que leciona no mundo de hoje não pode deixar de utilizar as tecnologias da informação e da comunicação sob pena de ver a qualidade do seu trabalho ficar seriamente comprometida. Tanto é verdade que
as
diretrizes propostas no I Plano Nacional de Educação 2001-2010 colocam o "domínio das novas tecnologias de comunicação e da informação e capacidade para integrá-las à prática do magistério" como um saber que o professor deve ter, ao lado de outras qualidades necessários para o exercício da profissão, como "sólida
formação teórica nos conteúdos específicos a serem ensinados na Educação Básica,
bem como nos conteúdos especificamente pedagógicos" e a "pesquisa como foco formativo" (Ibidem, 2010, p. 30).
Na página FORMAÇÃO (DES)CONTÍNUA vocês encontram dois textos que continuam a discussão sobre tecnologia e educação. O primeiro traz uma reflexão proposta pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio sobre a mudança que as novas tecnologias vêm impondo à educação, enquanto o segundo, um ensaio on-line do especialista em mudanças na educação presencial e à distância, da USP, José Manuel Moran, apresenta a visão do estudioso sobre as consequências que as novas tecnologias têm provocado nessas duas modalidades de ensino.
Vou ficando por aqui. V
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